Dados divulgados ano passado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com apoio do Ministério do Turismo indicaram que o ecoturismo já representa 60% do faturamento do setor no País. Diante da grande porcentagem, é de se esperar um investimento na área. Porém, Gabrielle relata a falta de estrutura e a necessidade de ressignificar a forma como as pessoas interagem com o ambiente.
Certos comportamentos ao visitar uma área verde, como não respeitar as regras e não “entender a importância daquele espaço e da biodiversidade que está ali”, podem ser danosos para essas localidades no Brasil.
Ao explicar como um estudo que destaca os benefícios da natureza ao bem-estar humano pode trazer novas oportunidades no ecoturismo, a pesquisadora ressalta que uma consciência coletiva é capaz de pressões maiores nas tomadas de decisões sobre conservação ambiental. “O que não é visto, não é lembrado nem direcionado recursos”.
Nessa lógica, Gabrielle desenvolve sua pesquisa de doutorado, relacionando projetos de observação da natureza com iniciativas de ciência cidadã. Segundo ela, estes projetos têm tido impacto direto nos ciclos de políticas públicas destinadas à proteção de áreas verdes.
Teresa complementa ao dizer que efeitos importantes como esse podem contribuir para a criação de mais espaços verdes e públicos dentro das cidades. “Se áreas públicas, sejam as cidades ou as unidades de conservação, forem bem planejadas, todos se beneficiam, incluindo o setor do turismo”.
O artigo Observar a natureza pode melhorar o bem-estar humano? Oportunidades para o Ecoturismo pode ser lido aqui.
Mais informações: gabinunes.bio@usp.br, com Gabrielle Nunes, e teresa.magro@usp.br, com Teresa Magro.
*Estagiária sob orientação de Fabiana Mariz
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